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As polêmicas da Copa do Catar

Bruno Marinho


(Imagem: Reprodução - FIFA)

A escolha do Catar como país-sede do maior espetáculo do futebol mundial é cercada de polêmicas e controvérsias. Isso gerou uma discussão para além do esporte: a questão dos direitos humanos.


As controvérsias começam desde a escolha da sede, realizada pela entidade máxima do futebol mundial (FIFA), em 2010. O Catar é um país sem muita história no futebol e, antes de sediar o torneio, nunca havia se classificado para a Copa do Mundo. Logo após o anúncio do país-sede pela FIFA, surgiram denúncias de que funcionários da instituição haviam recebido suborno para escolher a pequena nação como sede do torneio. Porém, uma investigação realizada pela própria entidade apontou que não houve provas concretas para tal acusação.


O Catar está realizando diversas obras para melhorar a infraestrutura do país a tempo do torneio. Grande parte dos trabalhadores são imigrantes de países mais pobres. Desde 2016, a organização de direitos humanos Anistia Internacional vem fazendo denúncias e acusando o país-sede da Copa de maus-tratos contra esses imigrantes. No começo do ano, foi entregue à FIFA pela ONG uma petição com mais de 280 mil assinaturas pedindo melhorias nas condições trabalhistas e relatando abusos durante as obras para a Copa do Mundo.


Apesar das recentes melhorias nas condições trabalhistas do país, a Anistia Internacional verificou que muitos trabalhadores ainda continuam sem receber salário, não podem trocar de emprego, muito menos lutar por seus direitos. Uma reportagem publicada pelo jornal britânico The Guardian, no início de 2021, mostrou que ao menos 6,5 mil trabalhadores imigrantes morreram no Catar desde o início das obras. Já o governo catari declarou que, até 2020, houve 37 mortes de funcionários que construíram os estádios.


(Imagem: Reprodução - Isto É)


Outro ponto de debate é a questão da homossexualidade, considerada ilegal no Catar: relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo podem levar à prisão. Esse foi mais um motivo de crítica à escolha do Catar como país-sede. Cerca de um terço dos hotéis recomendados pela organização do torneio se recusaram a hospedar casais e pessoas LGBT. Apesar de todos esses problemas, o presidente da FIFA e as autoridades do Catar afirmam que todos serão bem-vindos ao evento e que “simplesmente pedem que as pessoas respeitem nossas normas culturais”.


Jornalistas que acompanharão a Copa do Mundo de perto fizeram declarações sobre o evento. Em entrevista ao ECOcast, projeto do laboratório 1 do curso de jornalismo da UFRJ, Tati Mantovani, correspondente internacional pela TNT Sports, afirmou que essa Copa será totalmente maquiada. “A gente só vai ver do Catar, o que o Catar quer que a gente veja, a gente não vai ver outra coisa.” O jornalista Fred Caldeira, também em entrevista ao ECOcast, ao ser perguntado sobre um sonho não realizado, respondeu que seria cobrir uma Copa do Mundo, mas que se pudesse escolher não seria a do Catar, “essa Copa é a que eu menos tenho vontade de estar”.


A Copa do Mundo começa em 21 de novembro e a final será em 18 de dezembro, bem no meio da temporada dos clubes europeus. Apesar de todas as polêmicas presentes, a Copa de 2022 deve ter um recorde de turistas, muito pelo fato de ser a primeira edição após a pandemia de Covid-19.


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