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'Má Educação (2019): Quando o jornalismo investigativo vira disciplina escolar

Atualizado: 7 de out. de 2023

Longa-metragem desenvolvido pela HBO aborda o maior caso de corrupção educacional da história dos Estados Unidos.


Contém spoilers


Reprodução: Má Educação/HBO


Filmes sobre escândalos reais são um assunto batido no cinema, vide ‘Spotlight - Segredos Revelados’ (2015) e ‘O Escândalo’ (2020). Mas quando um esquema de mais de 11 milhões de dólares é descoberto por ninguém mais, ninguém menos que uma estudante do Ensino Médio, já pensamos logo: “Isso precisa virar um filme!”.


‘Má Educação’ é dirigido por Cory Finley (’Puro Sangue’, 2017) e gira em torno de Frank Tassone, um superintendente de uma das melhores escolas públicas dos EUA, localizada no Distrito de Roslyn, em Nova York. Mesmo construindo uma figura de herói em torno de si, o coordenador se envolve no maior desvio de verbas educacionais da história do país. Embora Hugh Jackman entregue uma atuação brilhante na figura de Tassone, quem se destaca é Geraldine Viswanathan, que interpreta Rachel Bhargava, uma estudante e repórter do jornal da escola responsável por expor todo o escândalo para a sociedade.


"Um jornalista de verdade transforma qualquer pauta em uma notícia."

Reprodução: Má Educação/HBO


O filme tem seus melhores momentos quando Rachel e Tassone dialogam. E a ironia do destino está quando o executivo aconselha a jovem para sempre ir atrás de boas histórias e para entender o que acontece ao seu redor. É a partir daí que Rachel começa a questionar a construção de uma passarela milionária na escola, mesmo quando há a presença de goteiras incessantes em partes da estrutura do colégio. Com isso, tem-se o início de uma investigação de movimentações suspeitas no setor financeiro, e as raízes do problema tomam a profundidade de uma árvore centenária.


O roteiro de ‘Má Educação’ é escrito por Mike Makowsky, que curiosamente foi aluno de Roslyn no momento em que o caso foi noticiado. A história romantiza a prática do Jornalismo Investigativo, mas é impossível não se sentir inspirado pela motivação que Rachel possui para descobrir o que está por detrás das cortinas.


Reprodução: Má Educação/HBO


O longa também abre a discussão sobre até que ponto um jornalista deve se arriscar a fim de conseguir uma boa história, ou mesmo trazer à tona a verdade. O duelo em que Rachel se viu foi sobre as oportunidades que ela perderia caso lançasse a notícia, como uma vaga na universidade. Entretanto, sabemos que jornalistas investigativos se envolvem diariamente com questões que ameaçam inclusive a integridade do profissional.


“Se você publicar algo que não entende totalmente, isso vai voltar para cima de você. Com força.”

O filme desenvolve uma boa narrativa, com Rachel descobrindo pouco a pouco as raízes do escândalo, ao mesmo tempo em que há um aprofundamento das personagens. Mesmo que a investigação se desenrole como plano de fundo do enredo, ela é essencial para seu clímax. Embora a trama não traga muitas inovações, os pontos de tensão conseguem envolver o espectador. A presença de um humor satírico também é um detalhe positivo moldado na história.


Reprodução: Má Educação/HBO


‘Má Educação’ é a prova de que uma boa história não precisa de floreios para prender a quem assiste, apenas de uma boa construção e boas atuações. E o filme entrega tudo isso. É notório que os escritores engrandeceram um pouco a participação da estudante na descoberta do caso, no entanto é inegável que Rachel já possuía uma essência de jornalista em si. Afinal, apenas um bom profissional tem o dom do “faro jornalístico”.


Filme disponível na plataforma de streaming HBO Max.







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