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  • Foto do escritorPitacos

Big Brother Brasil e a produção de conteúdo

A cobertura jornalística do maior reality show do Brasil


Brenda Magalhães, 2022.



O reality show líder de audiência da TV Globo, e também intitulado como a casa mais vigiada do Brasil, é um programa que - muitas vezes - não cabe em si. Frequentemente, as situações vividas ali dentro ganham as ruas, as manchetes de jornais e os portais de notícias, além de bombar nas redes sociais. O sucesso e a repercussão geram muitas discussões entre os espectadores, funcionando quase como que um experimento social. Durante os 3 meses de duração de cada edição, o assunto que mais se fala nas redes é o Big Brother Brasil. A página do programa no Twitter possui atualmente 6,5 milhões de seguidores, e na última edição (BBB 2022) ficou nos Trending Topics com um volume aproximado de 662.057 tweets.


Imagem: Reprodução/Lorena.R7


De acordo com Silvestre Mendes, analista, roteirista e produtor de conteúdos digitais da última edição do BBB, o diferencial do programa quanto a outros realities é a sua “vida própria”, que vai além de ter o seu início na TV. O produtor diz que o programa possui uma infinidade de fãs, e que essas pessoas ficam na expectativa a respeito de tudo que envolva o reality, desde a data de divulgação dos participantes até o spoiler dos cômodos da casa.


O reality rende tanto assunto que a própria TV Globo criou o #RedeBBB, um conjunto de programas que repercutem sobre a casa, no Globoplay. Apresentado pela ex-participante da edição 2020, Rafa Kalimann, o Bate-Papo BBB acompanha o primeiro contato do eliminado com o público e as percepções que seus posicionamentos geraram nos espectadores. Já o Fora da Casa, comandado por Ana Clara, também ex-participante do BBB18 e atual apresentadora, recebe os ex-integrantes para conversar sobre os acontecimentos da casa e para fazer especulações sobre o jogo.


Imagem: Divulgação/TvGlobo


Além desses dois, há ainda o Parada BBB, apresentado pelo humorista Rhudson Victor todas as segundas, quartas e sextas, que traz um toque humorístico junto a comentários dos episódios. Os vídeos são curtos, entre 2 e 10 minutos, e se assemelham a uma conversa descontraída, mas dessa vez com o próprio público. No Multishow, há ainda o BBB: A Eliminação, apresentado por Ana Clara e Bruno de Luca. O programa é um especial pós-BBB, e reúne os participantes novamente para um reencontro. A “lavação de roupa suja” é comum e permitida, assim como a recordação de grandes momentos entre os ex-participantes.


Para Silvestre, a maior estratégia de criação de conteúdo do programa é a sua capacidade de evoluir junto ao público. Apesar de ser um reality com trajetória anterior ao boom da internet, ele se adaptou ao formato das redes sociais. Para o analista, nem nos EUA o formato entrega tanto conteúdo quanto o do programa.


O reality é um verdadeiro fenômeno, e a produção de conteúdo não cessa enquanto a edição não acaba. A magnitude do programa é tão grande que, em 2020, o paredão disputado por Manu Gavassi, Felipe Prior e Mari Gonzalez entrou para a história, e chegou a bater a marca de 1.532.944.337 bilhão de votos. Segundo o GShow, o programa recebeu certificado do GUINESS WORLD RECORD, marca global que documenta realizações importantes e quantitativas, pela “maior quantidade de votos do público recebidos por um programa de televisão”.


O roteirista conta que a sua rotina de trabalho é aliada ao andamento da casa, e que sempre procura espiar o que está acontecendo ao longo do dia e também quando chega em casa, pois isso o ajuda a entender, no dia seguinte, o comportamento dos participantes ou sobre alguma treta que surgiu fora do horário do expediente. “O BBB é um programa vivo, dificilmente a casa vai continuar no mesmo ritmo de quando você finaliza o seu horário de trabalho”, diz Silvestre.


De acordo com Ives Ferro, jornalista e repórter de entretenimento que realiza a cobertura do programa desde 2018, o Big Brother Brasil construiu uma reputação e virou uma “marca forte”. Apesar de A Fazenda também ter se tornado um reality de grande magnitude, o programa não rende, segundo o jornalista, a mesma audiência que o BBB. Para ele, qualquer notícia a respeito do Big Brother rende muito assunto, desde as confusões até as discussões sobre pautas psicológicas. Ives afirma que o programa é a melhor época do ano em resposta de audiência.


Sobre a amplitude do reality, o repórter diz que é um sucesso porque “reflete a sociedade em que vivemos”. Ele afirma que todos os assuntos lá mencionados geram discussões éticas aqui fora de forma muito potente, do machismo à transfobia. "O programa coloca gente como a gente para falar e fazer coisas que ninguém temi coragem de fazer”, conta o repórter.


Ao analisar a trajetória dos vencedores, Ives ainda menciona uma questão em comum: “quase todos os vencedores passaram por uma jornada parecida com a do herói. Eles estavam em posições de sofrimento, deram a volta por cima e conseguiram a redenção através do público”. De acordo com Ferro, o programa imita mais uma novela do que a vida real, e trata-se de um infinito e novo enredo entre vilão e mocinho.


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