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"Modern Love" reúne histórias reais de amor que saíram no jornal

O livro traz relatos de paixão, dor e redenção




















Versão em português (Imagem: Reprodução) Capa original (Imagem: Reprodução)



Quando se fala em amor, se pensa em um beijo roubado debaixo da chuva. Em flores no Dia dos Namorados, em borboletas no estômago e em alguém que te deixe em casa ao final de cada encontro. Mas será que amor é isso mesmo: o sinônimo de romance? Afinal, o que define uma história de amor? Essa é a pergunta que o editor da coluna Modern Love, Daniel Jones, se perguntou quando assumiu o trabalho em 2004. Quinze anos e centenas de milhares de histórias depois, Daniel reuniu as melhores que passaram pelas páginas do jornal The New York Times em um livro homônimo. 


A obra ganhou em 2019 uma adaptação para a televisão. A série Modern Love conta com duas temporadas disponíveis no Prime Video. Cada episódio ilustra uma história da coluna e nomes de peso estão presentes como Anne Hathaway (O Diabo Veste Prada), Tina Fey (Meninas Malvadas) e Dev Patel (Quem Quer Ser um Milionário?). No Brasil, o jornal O Globo lançou a seção Conte Sua História de Amor, seguindo a mesma linha da coluna americana.


No prefácio, Jones tenta entender o que é esse sentimento tão falado para definir o que é uma história de amor. A ideia era fugir do senso comum, não se limitando à noção romântica. Ele sugere, então, uma fórmula: essa palavrinha de quatro letras seria uma combinação de desejo, vulnerabilidade e coragem. “O desejo nos faz sentir vulneráveis, o que exige que sejamos corajosos.” Porém, não satisfeito, ele conclui que amor “tem menos a ver com definições do que com exemplos”. E são 42 desses exemplos que fazem o leitor rir, chorar e suspirar ao longo das quase 300 páginas do livro.


Por mais que todas as histórias sejam reais, às vezes a sensação é de ter em mãos uma ficção. Como é o caso de Aaron Long, que conheceu seus filhos e depois sua namorada. E sim, ele é o pai biológico das crianças. Para Terri Cheney, planos também não se aplicam. Como se embrenhar em um relacionamento quando se tem transtorno bipolar? A mulher com vestido de lantejoulas que convidou um cara para sair não é mais essa que agora veste uma blusa cinza. Ou a história de Dan Savage, que precisa explicar para seu filho que aquela mulher em situação de rua é, na verdade, sua mãe biológica. Quando a criança pergunta por que ela fede, o que responder?


As narrativas podem ser sobre solteirice, o processo de se apaixonar, obstáculos em relações ou questões familiares. E além do nome do autor, nada mais se sabe. Nem sobre sua sexualidade, nem de onde ele vem e para onde ele irá. Finais felizes ou tragédias gregas? As possibilidades são infinitas; quem sabe até mesmo uma mescla dos dois. Nada de contar com dicas do resumo ou com clichês do gênero para saber como a história acaba. E como algumas das colunas foram publicadas há mais de dez anos, notas de rodapé atualizam a vida daquele autor. Assim, é possível saber o que aconteceu depois daquele fim. Será que ele durou?


Escritos na primeira pessoa, os relatos são extremamente íntimos - fórmula ou não, o desejo está presente em cada detalhe. A vulnerabilidade, balança inconstante entre a perda e o ganho, também está nas entrelinhas. Algumas histórias são cômicas, verdadeiras anedotas cotidianas de quando se esbarra no amor. Trazem identificação para todos aqueles que estão perdidos na lógica moderna de relacionamentos, entre aplicativos de namoro e relações fluidas. Outras comprovam que o amor é um grande clássico que nunca sai de moda. Relatos que, se não fossem pelas indicações históricas, poderiam ter acontecido em qualquer ano ou era. E o amor também não tem idade - neste caso, o clichê se mostrou verdadeiro. Basta ler a história de Eve Pell e seu marido Sam. Depois de dois anos de namoro, os dois juntos somavam 150 anos de vida.


Por mais que Daniel Jones tenha preferido não se ater à fórmula, o elemento coragem também esteve onipresente durante o livro. Na relação entre mãe e criança, marido e mulher, namorada e namorada. Seja para contactar um filho que se deu para adoção ou para escrever o texto “Você talvez queira se casar com o meu marido”. Nas palavras de Daniel: “Isso é amor. Qualquer um pode ter. Só é necessário um pouco de coragem. Ou muita”.








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