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Jornalismo de guerra

Com participação de Wagner Moura, o longa americano mostra os perigos e a importância da imprensa em tempos de conflito


Por Bruna Rolim


Pôster do filme
Pôster do filme

O filme Guerra Civil (2024), de Alex Garland, situa-se em um Estados Unidos distópico, onde a polarização política resultou em guerra. Além da crítica ao extremismo, a obra foca na rotina e desafios dos jornalistas que cobrem a guerra. A fotojornalista Lee Smith (Kirsten Dunst) e o jornalista Joel (Wagner Moura) percebem que a única matéria que restava era uma entrevista com o presidente americano, que não falava com a imprensa há 18 meses, e, então, decidem lutar por ela. A jovem aspirante a fotógrafa, Jessie (Cailee Spaeny), se junta à equipe em busca de experiência como fotojornalista, mostrando as reações e o sentimento de uma pessoa que está vivenciando o jornalismo de guerra pela primeira vez, como muitos de nós, telespectadores.

Um dos pontos mais marcantes do filme é como o jornalismo não é apenas um figurante — como de costume — e sim um dos protagonistas. O roteiro não se prende a explicações políticas ou ideologias profundas, o que, por ser incomum, pode confundir o público. Acontece que o diretor Garland afirmou ser uma anomalia proposital, para que pudéssemos focar na experiência humana durante o conflito e no papel da imprensa.


Lee Smith e sua jovem aprendiz, Jessie
Lee Smith e sua jovem aprendiz, Jessie

Guerra Civil não busca glamourizar o jornalismo, muito pelo contrário. A produção expõe a pressão e os perigos enfrentados na profissão. Durante o caminho até o presidente e a busca da “matéria ideal”, os protagonistas passam por tiros, bombas e até mesmo ameaças diretas, trazendo tensão não só para os personagens, mas para nós, telespectadores. A personagem Jessie, nova no ramo, transmite a surpresa que é ver o “por trás das câmeras” do jornalismo de guerra, enquanto Lee e Joel, já experientes, agem constantemente com naturalidade em situações no mínimo chocantes.

Apesar de se passar em um universo alternativo, Guerra Civil é um retrato real de muitos jornalistas que estão hoje em países como Palestina e Ucrânia. Na realidade, esses profissionais se arriscam dia após dia para que a informação e os horrores vividos na guerra possam ser documentados. Em meio a bombardeios, tiroteios e censura, os  correspondentes de guerra garantem que vozes não sejam silenciadas e que a verdade bruta seja exposta, mesmo que pareça impossível de ser contada.

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