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A mamata apartidária na Alerj

Denúncia de pratica criminosa na Alerj é feita no Rio de Janeiro, em reportagem aclamada ganhadora de um Emmy

Igor Vieira


Seja considerado peculato (artigo 312 do código Penal, que envolve vários tipos desse crime. Sejam o peculato eletrônico, o peculato estelionato, o peculato-furto, o peculato-apropriação, o peculato-desvio, o peculato culposo ou outro tipo de peculato) ou crime de corrupção passiva. Mas seja peculato, seja corrupção, os casos de "rachadinha" na Alerj são revoltantes para qualquer cidadão pagador de impostos.

(Foto da Alerj/Imagem: Reprodução)


Devemos honrar a denúncia feita no RJ2(telejornal noturno local da cidade do Rio de Janeiro da TV Globo) através da reportagem-denúncia “mamata na Alerj” que foi longe para denunciar a corrupção na Casa, em cidades que estão distante de horas de carro da capital do Rio de Janeiro, e até mesmo em outros países. Devemos não nos esquecer desse caso, cobrando que aos responsáveis haja uma condenação na Justiça. A reportagem é de Raphael Nascimento, Bruno Sponchiado, Diego Alaniz, Guilherme Boisson e Pedro Figueiredo


Os jornalistas responsáveis ligaram para os gabinetes e deixaram centenas de recados, nenhum deles atendido. A situação chega ao extremo quando Pedro Figueiredo vai atrás de Thiago Pampolha, deputado do PDT, na Alerj. Também, no interior, vão atrás de um membro do gabinete. Ele recebe salário sem trabalhar e é encontrado em seu estacionamento. O jornalista Pedro Figueiredo também vai atrás de Luis Fernando Nader, inclusive perguntando ‘’o senhor acha justo alguém que vai uma ou duas vezes por semana e receber 23 mil?”. Essa é uma pergunta que todos nós gostaríamos de fazer.


“Na barriga da miséria, nasci brasileiro” diz a música “Partido alto”, um samba que brinca com o fato de que Deus poderia ter feito o eu-lírico nascer em qualquer país do mundo, mas por ser um “cara gozador” fez o eu-lírico nascer brasileiro. E porque essa surpresa em ser brasileiro? Pois só aqui podem acontecer crimes como esse enquanto a população não faz nada. Crimes esses que ironicamente são denunciados por jornalistas, uma profissão que está ganhando os holofotes seja por admiração ou por ódio, principalmente depois das eleições de 2018. Como pode ser que os jornalistas, uma profissão que causa furor denuncia um crime que ninguém mais vê? E ainda, continua causando aversão mesmo depois disso?


Não nos enganemos, outros países, como os Estados Unidos da América, lugar onde uma das denunciadas escolheu para morar, provavelmente não aceitariam com bons olhos essa prática, muito menos uma prática que envolva o vice-presidente da Alerj. Ela só nos exemplifica com o quanto de descuido e mal uso é tratado o dinheiro público.


A “mamata na Alerj” ocorre há muito tempo, como mostrado na reportagem, e não escolhe partido: já foi praticada por partidos seja de esquerda ou de direita, como o PDT ou o Progressistas ou MDB. Também por profissionais com muito ou pouco tempo de serviço, e com servidores que se enquadram em várias faixas salariais, até mesmo com profissionais que ganham mais do que 25 mil reais; tudo isso é mostrado na reportagem.


Como está no código penal, essa prática é considerada sim crime, e mesmo que o povo brasileiro esteja saturado de casos de corrupção, esse não pode ser mais um, por isso o papel importante do repórter e jornalista, ao ir atrás dos funcionários fantasmas seja no interior do estado ou na capital, seja em seu suposto local de trabalho ou em outros locais que eles possam frequentar. A matéria então deixa de ser apenas reportagem e vira uma denúncia.


Depois de oito meses da denúncia, foi feita uma nova matéria, mostrando que pouca coisa mudou: muitos dos envolvidos continuavam nos seus respectivos cargos. A reportagem foi indicada ao Emmy Internacional de Jornalismo de 2020. Isso é grande mérito dos repórteres, que a fizeram bem feita, indo apurar fora da capital (foram percorridos mais de 1.200km), e localizando Marli, por exemplo, que está em outro país. Além disso, os jornalistas também acertam ao cobrar dos responsáveis, como faz com Thiago Pampolha, colocando-o em “saias justas”


A qualidade da matéria levou à indicação ao Emmy 2020, ajudando a trazer mais visibilidade nacional e internacional para este grande problema no Brasil, juntamente com reportagens de outros veículos e jornalistas independentes que cobriram o caso polêmico, como o SBT Rio e Ruben Berta, respectivamente.



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