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  • Foto do escritorPitacos

Momentos da política brasileira através das lentes do fotojornalismo

Atualizado: 18 de jul. de 2022

Sara Trindade

Uma imagem pode falar mais do que mil palavras, e o fotojornalismo desempenha essa função. No jornalismo político não é diferente: registros históricos permitem conhecer ou relembrar esses momentos.


A foto abaixo, tirada no ano de 1973, registra um agente do governo monitorando o trabalho dos jornalistas na redação do jornal Estadão.


Foto: Domício Pinheiro/ Estadão


Durante os "anos de chumbo" da ditadura militar, agentes eram enviados para as redações dos jornais e determinavam o que poderia ou não ser publicado.


No momento político que o país vive, com movimentos que negam o histórico de censura vivido no Brasil durante a ditadura, essa imagem se revela como prova de um passado que deve ser relembrado para que não se repita.


Foto de Orlando Brito


A foto acima é de 1977 e se refere ao último fechamento do Congresso Nacional durante a ditadura militar do Brasil. Após a derrota do governo na votação da reforma do Judiciário, o presidente Geisel decretou o fechamento do congresso por 15 dias. O fotojornalista Orlando Brito [1950-2022] narra que, no dia seguinte a esse decreto, precisou esconder sua câmera fotográfica para passar pela vigilância, entrar no local e tirar a foto do Congresso já vazio.


"Quando eu vi o plenário fechado, em silêncio e sem os microfones, - e olha, eu estava aqui diariamente, eu via os mais acalorados debates - me deu uma impressão terrível aquela coisa sombria", disse Orlando Brito em entrevista à TV Senado.


Foto: Sérgio Amaral/Estadão


A foto de 1992 se trata de um registro do fotojornalista Sérgio Amaral. Ela foi tirada durante um momento inédito na política nacional: a votação do primeiro impeachment de um presidente brasileiro.

Após medidas econômicas impopulares e denúncias de corrupção contra o governo, o movimento estudantil denominado "caras-pintadas" ganhou protagonismo na luta pelo impeachment do presidente Fernando Collor.

A imagem do garoto enfrentando os policiais garantiu o prêmio Esso de jornalismo a Sérgio Amaral, marcando a revolta dos estudantes com o momento político do país.


Foto: Wilton de Sousa Júnior

Em 2011, a foto da presidente Dilma Rousseff sendo, aparentemente, transpassada por uma espada ganhou destaque no jornal Estadão e na revista Veja.


No período em que a foto foi tirada, a presidente tinha perdido seu quinto ministro em menos de oito meses de governo, sendo a maioria deles por acusação de corrupção. Além disso, seu partido, o PT, estava em conflito com o PMDB, partido de seu vice-presidente, Michel Temer.


"A presidente passava por um momento muito difícil. Eu buscava uma foto que pudesse sintetizar esse momento", explica o fotojornalista Wilton Júnior à agência Efe.


Foto: Francisco Proner


A foto que ficou conhecida como "Lula nos braços do povo" foi registrada em 2018, pelo jovem Francisco Proner, e chegou aos jornais The New York Times, The Guardian e El País.

A imagem foi feita depois do discurso do ex-presidente no sindicato dos metalúrgicos, em São Bernardo do Campo (SP). Horas depois da foto, Lula se entregou à Polícia Federal.

O registro representou o apoio que Lula tinha naquele momento de acusações por corrupção e lavagem de dinheiro.

"Ele falou que ia se entregar, de cima do caminhão, e foi uma cena triste, porque do nada todo mundo começou a chorar, começou a ficar meio desesperado. E o Lula foi para cima do povo", disse o fotógrafo Francisco Proner.


Foto: Francisco Proner


Durante o começo da pandemia do coronavírus, em 2020, a foto de Bolsonaro lançando gotículas de saliva em conversa com apoiadores teve grande repercussão.


O jornal Folha de São Paulo publicou a foto, e a legenda explicava que essas gotículas são uma forma de transmissão do vírus - por isso o distanciamento social, criticado pelo próprio presidente, era fundamental.








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